A convite da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), os engenheiros da Eletronuclear, Jorge Armando e Bruno Vieira, ambos lotados no Departamento de Gerenciamento de Envelhecimento de Estruturas, Sistemas e Componentes, participaram do grupo de especialistas que realizou uma análise da segurança operacional para operação estendida (Long Term Operation) da Unidade 1 da usina nuclear Atucha, na Argentina.
A missão de Aspectos de Segurança da Operação a Longo Prazo (Safect Aspect for Long Term Operation - SALTO) foi solicitada pela Nucleoeléctrica Argentina S.A (NA-SA), operadora da usina, e marca mais um passo na avaliação contínua da unidade pela AIEA nos últimos anos. Anteriormente, duas missões Pré-SALTO da AIEA em 2016 e 2018, seguidas por um acompanhamento Pré-SALTO em 2021, foram realizadas para revisar a segurança a longo prazo da unidade.
Atualmente, a NA-SA está se preparando para submeter um pedido de renovação de licença à Autoridade Reguladora Nuclear Argentina (ARN) para estender a vida útil operacional da Unidade 1, de 362 MWe, por 20 anos.
Localizada a 100 km a noroeste de Buenos Aires, a usina entrou em operação comercial em 1974 e sua licença de operação atual expira em 2024. Já a Unidade 2 de 745 MWe da Usina Nuclear Atucha, que começou sua operação comercial em maio de 2016, não fez parte desta revisão.
Durante a missão de 10 dias, realizada de 27 de fevereiro a 7 de março, a equipe analisou a preparação da usina, sua organização e programas para a operação segura a longo prazo (LTO). Composta por doze especialistas de diversos países, incluindo Bélgica, Brasil, Japão, Eslovênia, Espanha, Suécia e Estados Unidos, além de dois membros da equipe da AIEA, a equipe realizou discussões detalhadas com os profissionais de Atucha e diversas inspeções na usina.
O engenheiro Jorge Armando participou com especialista para revisão do processo de definição de escopo, dos programas da planta e programas de ação corretiva, e o engenheiro Bruno Vieira como observador na área de gerenciamento de envelhecimento de sistemas e componentes mecânicos. "Foram dias de muito trabalho com o intuito de identificar áreas para melhorias através de recomendações e sugestões para aprimorar os processos da planta, identificar ações que devem ser incentivadas através de encorajamentos e destacar as boas práticas e boas performances que são compatíveis com o praticado na indústria nuclear", explicou Jorge Armando, complementando que o trabalho foi realizado por meio de entrevistas e avaliação de documentação, verificando-se o alinhamento das ações com as normas da IAEA.
Em seu discurso de despedida, o engenheiro Bruno Vieria destacou a importância dessa missão. "Foi uma oportunidade enriquecedora e valiosa para aumentar os meus conhecimentos e experiência, graças ao apoio dos meus colegas da AIEA e dos nossos counterparts de Atucha 1. Como parte do departamento de gestão do envelhecimento das centrais nucleares no Brasil, adquiri conhecimentos significativos sobre metodologias e processos internacionais relacionados com a gestão do envelhecimento. Estou confiante de que estas aprendizagens serão benéficas na gestão das nossas centrais no meu país", destacou.
Angra 1 será avaliada pela missão SALTO em junho desse ano e o aprendizado adquirido pelos dois colaboradores durante o tempo que estiveram em Atucha 1, Argentina, será de extrema relevância para os programas de envelhecimento e LTO de Angra 1.
Ao final da missão, a equipe entregou um relatório preliminar à administração da usina e à ARN (Autoridade Regulatória Nuclear). Um relatório final será enviado à administração da usina, ARN e ao governo argentino dentro de três meses.
Fonte: Eletronuclear