A Eletronuclear deu início à segunda campanha de transferência de elementos combustíveis utilizados pelas usinas Angra 1 e 2 para a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS), localizada dentro da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA).
Na primeira fase, que teve início no dia 26 de abril e está prevista para terminar no dia 30 de setembro, serão transferidos apenas os elementos de Angra 2. A movimentação dos combustíveis de Angra 1 para a UAS acontecerá em 2025 e em 2026, na segunda fase, quando será concluída a atual campanha.
Os trabalhos não afetam o funcionamento da unidade, que segue operando com capacidade máxima e conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
É válido destacar que as atividades realizadas durante a campanha de transferência estão estritamente alinhadas aos mais altos padrões de segurança, visando garantir a integridade de todos os envolvidos na operação, bem como da população local e do meio-ambiente.
"Com essa ação, os combustíveis usados serão transferidos para os cascos de armazenamento, construídos em aço e concreto, abrindo espaço nas piscinas para receber novos elementos usados e, assim, garantir a continuidade operacional das usinas. Assim, a empresa vai aumentar a vida útil das suas piscinas. De Angra 1 em 20 anos e de Angra 2 em mais 10 anos", explica Júlio César dos Santos, coordenador da segunda campanha da UAS.
A Eletronuclear ressalta que os combustíveis usados não são considerados rejeitos radioativos, pois ainda contêm grande potencial energético, que pode ser reaproveitado no futuro. Países como Rússia, França e Japão já reciclam esse material.
Sobre a UAS
Inicialmente, os elementos combustíveis utilizados são colocados dentro de piscinas especiais, que possuem um sistema de resfriamento. Essas piscinas estão localizadas dentro dos prédios de segurança das usinas e estão cercadas de todos os requisitos de segurança exigidos internacionalmente.
Na sequência, após passarem pelo processo de resfriamento, eles são transferidos para a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS), localizada fora do edifício das usinas, mas dentro do sítio da CNAAA, que abriga os canisters que recebem os elementos após a retirada das piscinas.
O tipo de armazenamento utilizado na UAS é similar ao implantado em cerca de 70 sítios americanos, sem qualquer registro de vazamento de material radioativo. O projeto deste sistema garante a segurança em casos de terremotos, tornados e inundações, entre outros acidentes postulados.
Sobre a transferência
A operação consiste na transferência de elementos combustíveis provenientes das paradas de reabastecimento das usinas, visando abrir espaço para que as piscinas de armazenamento possam receber novas quantidades.
Durante a primeira semana, todas as atividades acontecem dentro do Edifício do Reator UJA (Área Controlada). É a fase do carregamento de elemento combustível no cânister, um subcasco que fica armazenado dentro de um casco, denominado de Hi-Storm.
Depois de receber o elemento combustível, será feita a solda da tampa do cânister, drenagem da água e secagem interna. Nesse momento, o subcasco está dentro do Hi-Trac, que é um casco temporário. Somente depois, esse subcasco é inserido dentro do Hi-Storm e, por fim, será armazenado na UAS.
A unidade de armazenamento foi projetada para comportar 72 Hi-Storms, com capacidade para receber combustíveis usados até 2045. Durante a primeira campanha, foram transferidos 15 módulos. Após a conclusão da segunda campanha das duas usinas, haverá mais 33, totalizando 48 Hi-Storms armazenados.