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Extensão da vida útil de Angra 1 segue em avanço

Licença atual vence em 23 de dezembro de 2024

Por Mambucaba News em 15/05/2024 às 05:00:00

O processo de obtenção da renovação da Licença de Operação (LO) de Angra 1, solicitada à Comissão de Energia Nuclear (Cnen) oficialmente em 2019, segue ganhando novos capítulos.

Em 2023, a Eletronuclear submeteu 16 relatórios ao órgão regulador, contendo, entre outras coisas, avaliações aos fatores de segurança definidos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A partir deles, a Cnen emitiu 166 exigências, que foram analisadas e respondidas pela equipe técnica da Eletronuclear com suporte da empresa Amazul em abril deste ano.

Com base nisto, a empresa realizou a revisão da terceira e última Reavaliação Periódica de Segurança (RPS) antes do fim da vigência atual da usina - 23 de dezembro de 2024. O documento foi apresentado inicialmente à Cnen em dezembro de 2023.

Trata-se da documentação produzida pela empresa a cada dez anos para assegurar que a usina continue operando com segurança e confiabilidade. Dessa vez, o material obteve foco no processo chamado de "Long Term Operation (LTO)" - em português Operação de Longo Prazo.

Entre os itens analisados neste documento, estão o desempenho de segurança, planejamento de emergência e impacto radiológico no meio ambiente, sistema de gerenciamento e cultura de segurança, qualificação de equipamentos e o uso da experiência de outras usinas.

Além deste método de avaliação, a Eletronuclear também utiliza o processo americano chamado de License Renewal Aplication (LRA), administrado pela Nuclear Regulatory Commission (NRC) para demonstrar a capacidade de Angra 1 em operar por mais duas décadas.

A LRA apresenta um detalhamento de segurança e integridade do reator por meio de análises de engenharia, testes e revisões de segurança, etc. O material, que é o pedido de renovação da licença de operação, foi entregue em outubro de 2019 à Cnen. Duas revisões já foram feitas, e uma terceira está em andamento.

"O processo de negociação com o órgão deve se estender até o final deste ano para finalizar essas etapas. Mas a empresa está preparada e segue tendo diálogo constante com a Cnen. Estamos conseguindo demonstrar que Angra 1 poderá continuar operando com eficiência e segurança", aponta José Augusto do Amaral, superintendente de Engenharia de Apoio à Operação e responsável pela LTO.

Ainda em 2024, de 4 a 13 de junho, a Angra 1 receberá a Missão SALTO da Agência Internacional de Energia Atômica, denominada Safety Aspects of Long Term Operation, cujo objetivo é realizar uma avaliação global de segurança que aborda diretamente a estratégia e os elementos-chave para uma operação estendida (LTO) segura das centrais nucleares.

São abrangidas áreas como organização das atividades de gestão do envelhecimento e LTO, definição do escopo, programas da planta e programa de ações corretivas, gestão do envelhecimento de ESC mecânicos, elétricos e de I&C e de estruturas civis e gestão de recursos humanos, competências e conhecimento para LTO. Esta Missão SALTO foi precedida de três missões anteriores preparatórias: a primeira em 2013, a segunda em 2018 e a terceira em 2022.

Retrofit de Angra 1

A empresa vem desenvolvendo uma série de medidas e avaliações técnicas. Como consequência, será possível manter a capacidade de geração de energia elétrica de uma fonte limpa e segura, sem a necessidade de construção de um novo empreendimento.

Já foram realizados avanços significativos visando preparar a usina para operar por mais 20 anos. Entre eles estão a troca dos geradores de vapor, aplicação de sobrecamada de solda - conhecida como weld overlay - nos bocais do pressurizador, troca da tampa do vaso de pressão do reator e substituição dos transformadores principais. Também foram implementados alguns programas, como o gerenciamento do envelhecimento, gerenciamento da obsolescência, além de inspeções e manutenção de sistemas, estruturas e componentes da usina.

Estão sendo executados projetos de melhorias de segurança e modernização de sistemas e equipamentos da usina com investimentos de cerca de 3 bilhões de reais entre 2024 e 2028.

Investidores

É importante destacar que a Eletronuclear está negociando um empréstimo-ponte (mútuo) de cerca de 800 milhões de reais em condições de mercado com os seus principais acionistas (ENBPar e Eletrobras) para financiar os investimentos já realizados em 2024 e aqueles ainda previstos no ano em curso.


Trata-se de uma solução a curto prazo para garantir a extensão da vida útil de Angra 1, enquanto a companhia negocia o financiamento efetivo com o banco norte-americano Eximbank dos aportes necessários até 2028 para finalizar a modernização da usina.


Mais sobre a primeira usina nuclear brasileira

Angra 1 entrou em operação comercial em 1985 e opera com um reator de água pressurizada (PWR), o mais utilizado no mundo. Com 640 megawatts de potência, a usina gera energia suficiente para suprir uma cidade de dois milhões de habitantes.

Nos primeiros anos de sua operação, Angra 1 enfrentou problemas com alguns equipamentos que prejudicaram o funcionamento da usina. Essas questões foram sanadas em meados da década de 1990, fazendo com que a unidade passasse a operar com padrões de desempenho compatíveis com a prática internacional.

Em 2023, Angra 1 gerou 4,78 milhões de MWh. O fator de carga (Load Factor) - que representa a energia elétrica líquida realmente entregue ao Sistema Interligado Nacional dividida pela capacidade de Angra 1 - dos últimos 5 anos é de 88,24%. Ou seja, é como se a usina tivesse operado 322 dias por ano em sua capacidade máxima.

O processo de obtenção da renovação da Licença de Operação (LO) de Angra 1, solicitada à Comissão de Energia Nuclear (Cnen) oficialmente em 2019, segue ganhando novos capítulos.

Em 2023, a Eletronuclear submeteu 16 relatórios ao órgão regulador, contendo, entre outras coisas, avaliações aos fatores de segurança definidos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A partir deles, a Cnen emitiu 166 exigências, que foram analisadas e respondidas pela equipe técnica da Eletronuclear com suporte da empresa Amazul em abril deste ano.

Com base nisto, a empresa realizou a revisão da terceira e última Reavaliação Periódica de Segurança (RPS) antes do fim da vigência atual da usina - 23 de dezembro de 2024. O documento foi apresentado inicialmente à Cnen em dezembro de 2023.

Trata-se da documentação produzida pela empresa a cada dez anos para assegurar que a usina continue operando com segurança e confiabilidade. Dessa vez, o material obteve foco no processo chamado de "Long Term Operation (LTO)" - em português Operação de Longo Prazo.

Entre os itens analisados neste documento, estão o desempenho de segurança, planejamento de emergência e impacto radiológico no meio ambiente, sistema de gerenciamento e cultura de segurança, qualificação de equipamentos e o uso da experiência de outras usinas.

Além deste método de avaliação, a Eletronuclear também utiliza o processo americano chamado de License Renewal Aplication (LRA), administrado pela Nuclear Regulatory Commission (NRC) para demonstrar a capacidade de Angra 1 em operar por mais duas décadas.

A LRA apresenta um detalhamento de segurança e integridade do reator por meio de análises de engenharia, testes e revisões de segurança, etc. O material, que é o pedido de renovação da licença de operação, foi entregue em outubro de 2019 à Cnen. Duas revisões já foram feitas, e uma terceira está em andamento.

"O processo de negociação com o órgão deve se estender até o final deste ano para finalizar essas etapas. Mas a empresa está preparada e segue tendo diálogo constante com a Cnen. Estamos conseguindo demonstrar que Angra 1 poderá continuar operando com eficiência e segurança", aponta José Augusto do Amaral, superintendente de Engenharia de Apoio à Operação e responsável pela LTO.

Ainda em 2024, de 4 a 13 de junho, a Angra 1 receberá a Missão SALTO da Agência Internacional de Energia Atômica, denominada Safety Aspects of Long Term Operation, cujo objetivo é realizar uma avaliação global de segurança que aborda diretamente a estratégia e os elementos-chave para uma operação estendida (LTO) segura das centrais nucleares.

São abrangidas áreas como organização das atividades de gestão do envelhecimento e LTO, definição do escopo, programas da planta e programa de ações corretivas, gestão do envelhecimento de ESC mecânicos, elétricos e de I&C e de estruturas civis e gestão de recursos humanos, competências e conhecimento para LTO. Esta Missão SALTO foi precedida de três missões anteriores preparatórias: a primeira em 2013, a segunda em 2018 e a terceira em 2022.

Retrofit de Angra 1

A empresa vem desenvolvendo uma série de medidas e avaliações técnicas. Como consequência, será possível manter a capacidade de geração de energia elétrica de uma fonte limpa e segura, sem a necessidade de construção de um novo empreendimento.

Já foram realizados avanços significativos visando preparar a usina para operar por mais 20 anos. Entre eles estão a troca dos geradores de vapor, aplicação de sobrecamada de solda - conhecida como weld overlay - nos bocais do pressurizador, troca da tampa do vaso de pressão do reator e substituição dos transformadores principais. Também foram implementados alguns programas, como o gerenciamento do envelhecimento, gerenciamento da obsolescência, além de inspeções e manutenção de sistemas, estruturas e componentes da usina.

Estão sendo executados projetos de melhorias de segurança e modernização de sistemas e equipamentos da usina com investimentos de cerca de 3 bilhões de reais entre 2024 e 2028.

Investidores

É importante destacar que a Eletronuclear está negociando um empréstimo-ponte (mútuo) de cerca de 800 milhões de reais em condições de mercado com os seus principais acionistas (ENBPar e Eletrobras) para financiar os investimentos já realizados em 2024 e aqueles ainda previstos no ano em curso.


Trata-se de uma solução a curto prazo para garantir a extensão da vida útil de Angra 1, enquanto a companhia negocia o financiamento efetivo com o banco norte-americano Eximbank dos aportes necessários até 2028 para finalizar a modernização da usina.


Mais sobre a primeira usina nuclear brasileira

Angra 1 entrou em operação comercial em 1985 e opera com um reator de água pressurizada (PWR), o mais utilizado no mundo. Com 640 megawatts de potência, a usina gera energia suficiente para suprir uma cidade de dois milhões de habitantes.

Nos primeiros anos de sua operação, Angra 1 enfrentou problemas com alguns equipamentos que prejudicaram o funcionamento da usina. Essas questões foram sanadas em meados da década de 1990, fazendo com que a unidade passasse a operar com padrões de desempenho compatíveis com a prática internacional.

Em 2023, Angra 1 gerou 4,78 milhões de MWh. O fator de carga (Load Factor) - que representa a energia elétrica líquida realmente entregue ao Sistema Interligado Nacional dividida pela capacidade de Angra 1 - dos últimos 5 anos é de 88,24%. Ou seja, é como se a usina tivesse operado 322 dias por ano em sua capacidade máxima.

Esta primeira usina nuclear foi adquirida da empresa americana Westinghouse sob a forma de "turn key", como um pacote fechado, que não previa transferência de tecnologia por parte dos fornecedores. No entanto, a experiência acumulada pela Eletronuclear em todos esses anos de operação comercial, com indicadores de eficiência que superam o de muitas usinas similares, permite que a empresa tenha, hoje, a capacidade de realizar um programa contínuo de melhoria tecnológica e incorporar os mais recentes avanços da indústria nuclear.Esta primeira usina nuclear foi adquirida da empresa americana Westinghouse sob a forma de "turn key", como um pacote fechado, que não previa transferência de tecnologia por parte dos fornecedores. No entanto, a experiência acumulada pela Eletronuclear em todos esses anos de operação comercial, com indicadores de eficiência que superam o de muitas usinas similares, permite que a empresa tenha, hoje, a capacidade de realizar um programa contínuo de melhoria tecnológica e incorporar os mais recentes avanços da indústria nuclear.

Fonte: Eletronuclear

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