A Eletronuclear informa que, para garantir o equilíbrio econômico-financeiro da empresa e sua sustentabilidade a longo prazo, implementará o Plano de Desligamento Complementar (PDC) para cerca de 90 empregados aposentados, dentro de um universo de dois mil funcionários concursados que a empresa possui. A medida visa adequar os custos da companhia à remuneração da energia gerada por Angra 1 e Angra 2, assegurando sua perenidade e a manutenção dos postos de trabalho.
O PDC será direcionado aos colaboradores já aposentados que estavam contemplados no Plano de Demissão Voluntária (PDV), lançado anteriormente, mas que não aderiram ao programa. O PDV, autorizado para até 485 colaboradores aposentados ou elegíveis à aposentadoria, registrou a adesão voluntária de apenas 133 funcionários, representando menos de 30% do total estimado. Os desligamentos imediatos dizem respeito a empregados aposentados ligados a funções administrativas.
Diante disso, a Eletronuclear considera indispensável a adoção de medidas complementares para alcançar um patamar de custos alinhado às referências mundiais de usinas nucleares equivalentes. A decisão segue as exigências legais e regulamentares aplicáveis às empresas estatais e está em conformidade com a reforma da previdência de 2019, que determinou a extinção do vínculo empregatício nas empresas públicas no momento da concessão da aposentadoria.
O processo de desligamento começará nos próximos dias e será conduzido ao longo de 2025, dependendo das especialidades de cada colaborador. Nenhum empregado essencial à operação das usinas será desligado sem que haja um sucessor, garantindo a transferência de conhecimento e a continuidade segura das atividades.
Um estudo apresentado pela Diretoria Executiva aponta que a Eletronuclear possui 3.600 empregados, sendo 2.000 diretos e 1.600 terceirizados para operar seus dois reatores nucleares (Angra 1 e Angra 2) e realizar a preservação de Angra 3. Ao desconsiderar os empregados relativos à Angra 3, a empresa totaliza 2.959 trabalhadores (diretos e indiretos) para Angra 1 e Angra 2. Assim, há uma relação de cerca de 1.500 empregados (diretos e indiretos) por reator nuclear, enquanto o estudo de benchmark aponta que as centrais nucleares mais eficientes operam com cerca de 600 empregados (diretos e indiretos) e a mediana estaria em 737 empregados (diretos e indiretos) para cada reator.
A empresa reforça que a segurança operacional das usinas Angra 1 e Angra 2 continua sendo sua prioridade absoluta. O programa será implementado sem comprometer a segurança dos trabalhadores, das instalações e do meio ambiente, sob a fiscalização contínua da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e do Ibama.
A Eletronuclear segue comprometida com uma gestão responsável e transparente, mantendo diálogo com todas as partes interessadas para garantir a sustentabilidade da empresa e a excelência na operação de suas usinas.