No caos instalado no Rio durante um intenso tiroteio na manhã desta quinta-feira no Complexo de Israel, na Zona Norte, três morreram, e outras três pessoas ficaram feridas. O confronto entre criminosos e policiais interditou a principal via expressa da cidade, a Avenida Brasil, paralisou serviços do transporte público, como BRTs e trens, e afetou a rotina de milhares de cariocas, muitos deles a caminho do trabalho. No meio do fogo cruzado, motoristas e passageiros viveram momentos de pânico, e alguns se jogaram no chão, perto da mureta da Brasil, para se proteger dos disparos.
Três baleados foram levados para o Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias. Um deles, de 60 anos, já chegou morto, ferido na cabeça. Outro morreu após ser transferido para o Hospital Adão Pereira Nunes, também em Caxias.
Outras três vítimas atingidas por tiros foram levadas para o Hospital Federal de Bonsucesso, entre elas um homem de 48 anos, também atingido na cabeça, que morreu no fim da manhã.
Em meio ao drama na Avenida Brasil, um dos mortos foi o passageiro Renato Oliveira, de 48 anos, que estava cochilando num ônibus da linha 493 (Central x Ponto Chic), da empresa Tinguá, quando foi atingido na cabeça. Ele chegou a ser encaminhado para o Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos. A unidade atendeu outros dois homens, de 27 anos, que ficaram feridos. Um deles foi atingido no antebraço esquerdo e já teve alta. Outro foi baleado na região glútea, o projétil transfixou (atravessou e saiu). Ele segue internado, em observação, sob custódia.
Adonias Cláudio dos Santos, de 39 anos, era amigo e estava junto a Renato no ônibus quando o tiroteio começou.
— Foi tudo muito rápido. Os passageiros começaram a se jogar no chão. Eu só consegui olhar pra trás e vi o Renato com sangue já saindo da cabeça — explicou.
O primeiro atendimento a Renato foi gravado por quem estava no local e compartilhado nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver PMs e passageiros do ônibus o carregando, em direção a uma ambulância.
A porta-voz da PM, tenente-coronel Cláudia Moraes, explicou que o tiroteio começou após traficantes reagirem à presença policial no Complexo de Israel. A operação acabou antes do previsto devido à forte resistência dos criminosos.
Fonte: O Globo