A Eletronuclear está investindo pelo menos US$ 465 milhões no projeto de extensão da vida útil de Angra 1 em 20 anos, esperando a efetivação da renovação da licença da usina até 2044 para o ano que vem. A informação foi passada pelo coordenador da Diretoria Técnica e Responsável do projeto de modernização da central, José Augusto Amaral, que afirmou o desembolso até agora de US$ 75 milhões para análise dos sistemas, estruturas e equipamentos, levando em consideração os mecanismos de degradação e as ações de mitigação via monitoramento ou substituindo as peças passíveis de atualização.
"Estamos concluindo o relatório final de uma reavaliação periódica de segurança que era para 2024, entre 14 fatores de segurança analisados, além de uma avaliação global", disse o executivo durante o último painel do primeiro dia do Seminário Internacional de Energia Nuclear, que acontece até quinta-feira, 23 de novembro, no Rio de Janeiro. Ele citou deficiências e algumas melhorias a serem implementadas para chancela da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM) no ano que vem, como a instalação do sistema de armazenamento de combustível à seco.
Amaral contou que o projeto vem sendo pensado desde 2002 em conversas com a CNEM, Ibama, além dos apoios da Agência Internacional de Energia Atômica e da projetista original da usina, a Westinghouse. A metodologia escolhida é a NRC americana, baseado em projetos bem-sucedidos e que fazem avaliação dos equipamentos de segurança das plantas, envolvendo comprovações no prédio do reator, edifício de contenção e o próprio reator. "Também será utilizado o processo de reavaliação periódica de segurança, num modelo misto do processo americano e europeu", complementa.
Recentemente a consultoria Alvarez & Marsal foi contratada para ajudar no processo, que também já está sendo delineado para Angra 2 e na retomada de Angra 3, cujo projeto total é orçado em R$ 25 bilhões. "Montamos equipes próprias para aprendizagem e fizemos um convênio com a Amazul para agregar engenheiros experientes e concurseiros jovens para transmissão do conhecimento e know how para manter a usina segura", acrescenta o coordenador do projeto, afirmando que é importante também observar sempre as experiências internacionais.
Henrique Faerman, da Agência CanalEnergia, do Rio de Janeiro (RJ)