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Sem investimentos, Angra 1 pode ser desligada em dezembro

Matéia foi publicada no site da Isto É Dinheiro


Uma matéria publicada no site da Isto É Dinheiro, relata que o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, encaminhou uma carta, datada de 14 de março, ao presidente do Conselho de Administração da Eletronuclear, Thiago Guilherme Ferreira Prado, informando que a Eletrobras não tem qualquer obrigação de realizar aportes para finalização do Projeto de Extensão da Vida Útil de Angra 1, a pioneira do país, em operação desde 1985.

Veja a matéria a seguir:

"Sem investimento, a Eletronuclear pode ser obrigada desligar a central elétrica em 24 de dezembro, quando vencerá sua licença. Com isso, Eletronuclear perderá sua receita, além de debilitar o sistema nacional em 640MW de energia firme e próxima ao centro de carga (região Sudeste), volume suficiente para abastecer uma cidade como Belo Horizonte.

O projeto de Extensão da Vida Útil de Angra faz parte do "Novo PAC" e os investimentos para 2024 são de ordem de R$ 800 milhões.

Na mesma carta, o presidente da Eletrobras comunica sua preocupação a respeito da continuidade operacional da Eletronuclear, expressada pelos auditores independentes da PWC (Price Water House Coopers) no âmbito das demonstrações financeiras de 2023. Segundo ele as incertezas não são novas e mesma preocupação já constava das demonstrações financeiras de 2022, ano em que a Eletronuclear deixou de ser subsidiária integral da Eletrobras.

Na carta, o presidente da Eletrobras alega que a empresa, antes da sua privatização em junho de 2022, já teria aportado R$ 3,7 bilhões, direta e indiretamente, na Eletronuclear e manifesta suas preocupações sobre a continuidade operacional da companhia, tendo em vista que o agravamento de sua situação de caixa e seu desequilíbrio econômico-financeiro foram acentuados pela ineficiência de contenção nos custos de pessoal, material e serviços e pelos reiterados atrasos relacionados à estruturação do Projeto de Angra 3.

E conclui que segue monitorando as ações e as iniciativas da administração da Eletronuclear para equacionamento do desequilíbrio econômico-financeiro, incluindo medidas de racionalização da gestão, redução de custos, adequada interação e follow-up junto ao Poder Concedente e aos órgãos responsáveis pela modelagem do projeto de Angra 3.

O problema é que o Projeto de Extensão da Vida Útil de Angra 1 foi aprovado pela própria Eletrobras em 2019, muito antes da sua privatização. E o Conselho de Administração da Eletronuclear, no qual a Eletrobras possui assentos, aprovou em novembro de 2023 e, novamente, em janeiro de 2024, um empréstimo "ponte" dos acionistas (Eletrobras e ENBPar) no valor de R$ 800 milhões, até que o financiamento de longo prazo do banco americano Eximbank fosse aprovado.

Segundo fontes próximas ao assunto, o acordo de investimentos assinado na época da privatização da Eletrobras rege "novos investimentos e Angra 3". Por meio dele, as partes se comprometem com a retomada de Angra e os novos investimentos somente são obrigatórios se ambas as partes concordarem. Entretanto, o Projeto de Extensão da Vida Útil de Angra 1 foi aprovado pela própria Eletrobras em 2019, não sendo considerado "novo investimento".

De acordo com o site a empresa Eletronuclear, foi procurada, e não se prounciou sobre a carta de Monteiro.

A matéria pode se acessada pelo link Isto É Dinheiro

Isto É Dinheiro

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